O mês de maio – Maio Laranja – é um importante protagonista no combate à violência sexual de crianças e adolescentes. Comprometido à causa, o Instituto Terre des hommes Brasil promoveu durante o período de 16 a 20 maio diversas ações em Fortaleza, como: oficinas, rodas de conversas e debates com o propósito conscientizar sobre o assunto.
Um dos destaques da programação aconteceu no dia 18 de maio, durante o Seminário: “Por um plano estratégico de enfretamento da violência sexual” tendo a participação de adolescentes, instituições parceiras, profissionais e comunidade acadêmica.
Refletindo as estratégias compartilhadas durante o dia, Renato Pedrosa, Presidente do Instituto THD Brasil e um dos organizadores do evento, comentou sobre a necessidade de momentos como esse, que ampliam a construção de diálogos junto a sociedade.
“Com o Seminário conseguimos apresentar o contexto da violência sexual em Fortaleza, além de oferecer aos participantes do evento, através das oficinas temáticas, metodologias e ferramentas que podem auxiliar na prevenção e proteção contra a violência sexual de crianças e adolescentes. Um dos grandes destaques no Seminário foi a participação da juventude. É o jovem com todo o seu potencial de atuação no protagonismo da sua história.”
Mobilização conjunta
O Psicólogo do Instituto Terre des hommes, Lucas Ferreira, e também organizador do seminário, pontua que o encontro buscou mobilizar forças conjuntas. “A intencionalidade de realizar o seminário também vem com o objetivo de acionar e articular parceiros que são do Sistema de Garantia de Direitos, instituições governamentais e da sociedade civil para discussão da temática que é frequentemente latente na cidade, principalmente por não possuir ainda um plano de enfrentamento às violências sexuais”, afirmou.
O profissional reforça que durante o período da pandemia de Covid-19, os números de casos de abuso e exploração sexual contra crianças e adolescentes tem crescido. Em 2022, já foram registradas 4.486 denúncias no Brasil, conforme indica o balanço do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.
“O seminário do 18 de maio não é uma atividade ou ação que se esgota, mas que proporciona também um espaço de inquietação para instituições que têm o dever de garantir direitos de crianças e adolescentes todos os dias”, ressalta.
Oficina de prevenção ao abuso sexual
A oficina “Multiplicação de Metodologias de Prevenção da Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes” facilitada por Evelyne Lima, técnica TDH, propôs de maneira pratica a difusão de informações sobre a violência sexual, a fim de alcançarem também as suas famílias. A ação contou com a participação de mais 15 jovens e adolescentes. “É preciso continuar falar sobre a violência sexual, torná-la assunto de interesse de todos para que crianças e adolescentes estejam de fato protegidas”, afirma.
A aplicação da oficina também ensinou aos adolescentes técnicas que auxiliarão no enfrentamento do abuso sexual. “A prevenção já começa no ato de abordar o tema falando livremente sobre ele e foi isso que aconteceu na oficina. Conversamos sobre a violência sexual, diferença entre abuso e exploração, situações de abuso em escolas e utilizamos jogos e livros temáticos como metodologias de prevenção”, relembra.
A técnica demonstra um sentimento de satisfação com o trabalho realizado, e descreve a experiência como um momento desafiador.
“Foi uma experiência muito bonita e enriquecedora. Tratar sobre a violência sexual é sempre um desafio porque quase sempre ela está presente na vida das pessoas e tocar no assunto pode despertar situações difíceis”, conclui Evelyne.
O respectivo seminário fez parte da 1ª Semana Pelo Fim da Violência Sexual Contra Crianças e Adolescentes de Fortaleza, e foi promovido por TDH Brasil, Nudijus e outras instituições parceiras em defesa da pauta.