
Entre os dias 2 e 7 de junho, em alusão à Semana do Meio Ambiente, o Instituto Terre des Hommes Brasil (TdH Brasil) intensificou suas ações nas escolas atendidas pelo Projeto Saúde Ambiental, realizando atividades formativas, culturais e de engajamento direto pela justiça socioambiental. Em escolas públicas estaduais de Fortaleza, adolescentes e jovens foram protagonistas de oficinas, cine-debates, gincanas, rodas de conversa e atos simbólicos de plantio de mudas — um chamado à ação por um futuro sustentável, justo e possível.
A semana, cujo marco internacional é o Dia Mundial do Meio Ambiente (5 de junho), instituído pela ONU, foi mais do que uma celebração: foi resistência. Frente aos retrocessos ambientais e ao silenciamento de vozes periféricas, as juventudes mostraram força, criatividade e consciência crítica.
Na Escola Telina Barbosa, a apresentação do mascote Barbosinha — personagem criado em parceria com a escola — foi ponto de conexão lúdica e educativa com as(os) adolescentes, promovendo reflexões sobre o cuidado com a natureza. Já na Escola Júlia Alves, localizada no Grande Bom Jardim, a Feira de Ciências foi tomada por atividades promovidas por TdH Brasil como: cine-debate, oficina de compostagem, gincana sobre sustentabilidade, roda de conversa sobre a Campanha Revoga Já (contra o uso de agrotóxicos por drones) e o plantio de mudas. Também foi construída uma horta no espaço escolar, reforçando a importância da soberania alimentar e da relação com a Terra.
Na Escola Helenita Mota, no Serviluz, a abertura da Feira de Ciências se conectou à luta ambiental com práticas de mobilização direta. Cerca de 100 estudantes participaram de uma limpeza educativa na Praia do Vizinho, junto de parceiros como o Acervo Mucuripe, Associação Brasileira de Combate ao Lixo no Mar (ABLM), Instituto Ybirá, equipe técnica do Ceará 360 Graus e lideranças comunitárias. A atividade foi também um ato de denúncia: um protesto em frente ao lixão instalado próximo à escola, que afeta diretamente a saúde e o bem-estar de quem vive e estuda ali. A ação mostrou como a escola pode ser espaço de formação política e cuidado coletivo.









Na Escola Maria Alves Carioca (CAIC), as atividades aconteceram nos dias 2 e 3, com cine-debates sobre temas fundamentais para a convivência nas escolas e a construção de uma sociedade mais justa. No dia 2, o debate foi sobre gênero e homofobia nas escolas. Já no dia 3, a discussão abordou o racismo, com a exibição do curta-metragem Vista Minha Pele.
A mobilização durante a Semana do Meio Ambiente reafirma o compromisso do Instituto com a construção de processos educativos enraizados nos territórios e conduzidos pelas juventudes. Para Renato Pedrosa, presidente de TdH Brasil, as ações são como atos de resistência e cuidado com o presente e o futuro. “Acreditamos que enfrentar a crise ambiental é também enfrentar desigualdades históricas. Quando promovemos educação ambiental com jovens das periferias, estamos falando de justiça, de território, de dignidade. Nosso papel, como organização da sociedade civil, é fortalecer esses movimentos e garantir que suas vozes ecoem onde decisões são tomadas.”, destacou.