Na manhã da última quarta-feira (18), estudantes da Escola Moema Távora, em Fortaleza (CE), realizaram uma ação no ambiente escolar: a construção de um bicicletário ecológico feito com pallets reutilizados e a produção de plaquinhas educativas sobre mobilidade urbana e uso consciente da bicicleta. A atividade integra o projeto de educação ambiental de TdH Brasil, que conta com o apoio da Kindernothilfe e do Ministério Federal Alemão para Cooperação Econômica e Desenvolvimento (BMZ). A atividade veio como uma solução prática para um problema do cotidiano escolar — o acúmulo de bicicletas sem local adequado para estacionamento — , os próprios estudantes identificaram essa necessidade do bicicletário, e a partir daí, construíram de forma coletiva a proposta, articulando sustentabilidade, criatividade e crítica social. “A ideia surgiu a partir das discussões que temos feito dentro do projeto de educação ambiental, que é o tema da SEDUC neste ano. Pensamos juntos em algo que fizesse sentido pra escola e pra realidade dos alunos. E percebemos a urgência de ter um bicicletário. Mas não queríamos fazer de qualquer jeito: queríamos que fosse com materiais recicláveis, com consciência”, explicou Dayane Santos, professora de Biologia da escola. Durante a atividade, os alunos mostraram foco e entusiasmo. Com tinta, papelão, ferramentas e madeira reutilizada, criaram placas com mensagens sobre o direito à cidade, ao transporte seguro e à preservação ambiental. A bicicleta aparece, nesse contexto, como alternativa real e política frente a um modelo de mobilidade urbana que privilegia os carros. Para Denise Mota, técnica do Instituto Terre des Hommes Brasil, a ação reforça o papel da escola e da sociedade civil na construção de práticas mais sustentáveis e inclusivas. “Estamos falando de um meio de transporte que não polui, não emite CO2, né? Promove saúde, autonomia e ainda contribui para a mobilidade urbana. O bicicletário é uma resposta concreta da juventude a um modelo de cidade que, muitas vezes, não considera suas necessidades. E também é afeto, cuidado e pertencimento. A escola fica mais viva, mais nossa”, afirmou. A iniciativa segue como exemplo de que a educação ambiental vai muito além do conteúdo em sala de aula. Ela ganha força quando se conecta com a realidade, com a prática e com o direito de cada estudante ocupar seu espaço com dignidade, segurança e liberdade.