Construindo diálogos: Pré-círculo viabilizou exposição de falas com o Coletivo Vozes de Mães e Familiares do Socioeducativo e Prisional

Pré-círculo acolhe mães na primeira fase do processo 

O pré-círculo com a participação do coletivo Vozes de Mãe e Familiares do Socioeducativo e Prisional, ocorrido no último dia 10 de agosto, se tratou de um trabalho originado a partir da parceria entre TDH Brasil e a Defensoria Pública do Ceará, através do Centro de Justiça Restaurativa. A atividade é uma das primeiras etapas para realização do círculo de justiça restaurativa e construção de paz, facilitado por Evelyne Lima, assessora técnica do Instituto Terre Des Hommes Brasil. 

O pré-círculo consiste em encontro individualizado com o ofensor, o receptor do ato infracional e as suas redes de apoios para explicar a prática restaurativa, identificar os sentimentos, necessidades, a voluntariedade e a segura para realização do círculo de paz.

Nesse pré-círculo, Evelyne Lima, acolheu as falas das mães Alessandra Félix, Sandra Helena e Maria Claudelania, que terão a missão de participar do círculo de paz enquanto apoiadoras comunitárias. O respectivo apoio, pretende ainda, fortalecer a família no cumprimento dos eventuais acordos restaurativos estabelecidos, visando a responsabilização do adolescente pelo ato infracional cometido e na devida atenção às vítimas. 

Esta fase de trabalho que antecede o círculo é fundamental, pois prepara o encontro entre as partes afetadas em um conflito, apoiado sempre na promoção do diálogo. Segundo Alessandra Félix, esse diálogo e aproximação com a Justiça Restaurativa é muito importante.  

“Nós as mães pioneiras dessa discussão sabemos com muita propriedade de dor e perdas o desserviço que foi e é as práticas do modelo punitivista. Quando o Coletivo Vozes surge nossa maior objetividade foi sempre apontar caminhos, o caminho mais desafiador é que não seja só a privação da liberdade e sim a responsabilização do/a adolescente e a reflexão de sua prática.” 

Interessadas em conhecerem mais sobre as metodologias de práticas de Justiça Restaurativa, as mães uniram-se com o objetivo de acessar a aplicação de uma justiça menos mais humanizada, afirma Alessandra Félix.

“Desejamos entender mais sobre justiça restaurativa, porque precisamos de menos condenações e mais interlocutores da esperança para nossa juventude.”

Alinhados a esse pensamento, as mães do Coletivo Vozes de Mãe e os Familiares Socioeducativo e Prisional anseiam que a condução de atos infracionais praticados por adolescentes siga um viés restaurativo, oportunizando que todas as pessoas direta ou indiretamente envolvidas, de forma voluntária e com segurança, passem pelo processo do círculo de paz. 

Mirando a resolução e avanço do processo restaurativo, essa movimentação das comunidades de apoio se tornam indispensáveis, conclui Evelyne Lima, facilitadora do caso.

“É uma alegria enorme poder contar o Coletivo para o fortalecimento das práticas restaurativas que envolvem adolescentes que cometeram atos infracionais. Nos círculos, a comunidade de apoio é fundamental para que o adolescente e sua família não se sintam sós no caminhar e a aproximação com grupos de mães que são constantemente atravessadas por essas questões, só vem a contribuir com a restauração que acreditamos.”


O Instituto TDH Brasil mantém parceria com a Defensoria Pública, Ministério Público e Tribunal de Justiça do Ceará para realização de práticas restaurativas, realização de eventos formativos e supervisões nessa metodologia de justiça restaurativa.

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