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A formação visa estabelecer uma cultura de paz no ambiente escolar a partir dos círculos de diálogo que já estão sendo realizados na Escola Aída Santos.
Uma das ações do projeto “Mucuripe da Paz”, desenvolvido pelo Instituto Terre des hommes Brasil e cofinanciado pela Kindernothilfe (KNH), é atuar sistematicamente em escolas públicas municipais da região do Grande Mucuripe, em Fortaleza (CE), e realizar ações preventivas contra a violência, tanto com professores quanto com alunos. Como parte integrante dessa série de atividades, professores da Escola Municipal Profª Aída Santos e Silva, no Vicente Pinzón, concluíram na tarde de hoje (27) o curso “Círculos em Movimento: construindo uma comunidade escolar restaurativa”, que teve início ainda em março deste ano, e receberam a habilitação para atuar como facilitadores na modalidade de círculos não-conflitivos. Na capacitação, eles conheceram técnicas sobre como construir um ambiente escolar positivo, passaram por módulos com a Rede de Proteção e encerraram com a fase de estágio, onde os professores colocaram em prática a metodologia com os próprios alunos. O curso foi facilitado pelo sociólogo do Instituto Tdh Brasil, Marcos Carvalho.
A professora Maria das Graças da Silva Lopes, orientadora educacional da Escola Aída Santos, considerou importante a formação para que os professores tivessem a experiência com a realização dos círculos de diálogo, principalmente porque no interior e no entorno da escola é comum ocorrerem situações de diversos tipos de violência. A violência física e os conflitos entre alunos e professores são as principais ocorrências da escola, além de outros casos preocupantes que já estão sendo tomadas as devidas providências. Na comunidade onde a unidade escolar está situada, casos relacionados à violência comunitária são comuns. “Nós temos muitos alunos que precisam realmente vivenciar esses círculos de diálogo para poderem ter um pouco mais de discernimento das coisas que fazem, tanto lá fora como aqui na escola. O que eu pretendo é que os nossos alunos se tornem também parceiros dessa atividade dos círculos, que sejam treinados e que eles mesmos possam ser os futuros facilitadores tanto dentro da escola como também lá fora se for preciso, no caso, na comunidade”, ressaltou a orientadora educacional.
Grupo de professores da Escola Aída Santos que foram capacitados para atuarem como facilitadores na modalidade de círculos não-conflitivos.
“Todos os educadores que hoje atuam na área da educação deveriam ter essa experiência que nós tivemos neste curso. A experiência foi riquíssima no sentido de que nos possibilitou compreender melhor o atual momento em que as nossas crianças estão a passar, em que o setor da educação está a viver e em que contexto se encontra o problema da violência que existe lá fora e que está sendo trazida para dentro da escola e nós educadores, muitas vezes, não temos a compreensão nem de onde está vindo e nem de como tratar os casos”, contextualizou Cícero Wlbiston Alves, professor de Educação Física da escola. Ele afirma que o que foi vivenciado no curso impactou vários professores e pôde prepará-los melhor para que possam tratar e proceder da forma mais adequada diante das situações de violência quando envolverem crianças e adolescentes. “Quando tivermos realizando os círculos, aquilo que será repassado para os alunos será como um suporte para que eles possam não só dentro da escola, mas no ambiente externo, ou seja, na comunidade ou na residência deles, se tornar também um agente transformador lá. Esse talvez seja o grande aprendizado que tivemos com a formação”, disse o professor Círcero Wlbiston ao falar da sua expectativa pós-curso.
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