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Em círculo, alunos puderam expressar seus sentimentos de gratidão e reconhecer o valor da aplicação dos círculos de construção de paz nas atividades da Escola Matias Beck.
Adolescentes que estudam na Escola de Ensino Médio em Tempo Integral Matias Beck e na Escola de Ensino Fundamental e Médio Murilo Borges tiveram a oportunidade de participarem na manhã de hoje (27), na Escola Matias Beck, de um círculo de construção de paz que teve como tema "Gratidão", com Kay Pranis, co-autora do livro “No Coração da Esperança: guia de práticas circulares”, já conhecido dos alunos. Além dos estudantes, participaram do círculo a diretora do Programa de Justiça Juvenil Restaurativa, Lastênia Soares; a diretora da escola, Virgínia Vilagran; a tradutora Fátima de Bastiani; e alguns jovens e adolescentes que fazem parte do projeto “Mucuripe da Paz” e tem atuação efetiva como protagonistas em prol da cultura de paz no bairro Vicente Pinzón.
A norte-americana Kay Pranis fala sobre a importância dos círculos de construção de paz para a implantação da cultura de paz no ambiente escolar.
A estudante Andreina Araújo de Lima, da Escola Murilo Borges, conta que não tem palavras para descrever em palavras o quanto se sentiu honrada por ter sido convidada para participar do círculo com Kay Pranis e feliz por ter tido a oportunidade de conhecê-la pessoalmente. “Como trabalhamos com a metodologia que ela criou, então, foi um momento muito gratificante para nós. Eu considero muito importante a aplicação da metodologia porque através dela nós podemos ajudar outras pessoas e espalhar uma cultura de paz, que é o que está faltando muito, principalmente, na nossa comunidade”, falou emocionada Andreina Araújo. Já Riquelme Alves Maia, da Escola Matias Beck, disse que foi um momento importante e emocionante para ele, não só pelo fato de poder participar do círculo, mas de ter tido a oportunidade de conhecer Kay Pranis. “Eu achei muito interessante. Eu amei, adorei os valores que ela compartilhou conosco. Eu considero muito importante que nós estejamos juntos nesta jornada para sempre multiplicar o nosso trabalho e, obviamente, o trabalho da Kay Pranis”, expressou-se Riquelme Alves.
Na oportunidade do círculo, Kay Pranis compartilhou experiências práticas que a levaram, posteriormente, a aplicar a metodologia em escolas, prisões, locais de trabalho, igrejas e famílias e em comunidades rurais.
Para o aluno Gustavo Campos Roseira, da Escola Matias Beck, foi uma experiência nova. “Foi muito gratificante estar na presença da Kay Pranis e ver também os frutos do seu trabalho se multiplicando, se estendendo até a mim. Foi bastante gratificante! Eu estou honrado de ter participado deste momento e ter obtido um pouco da sua sabedoria. Para mim, foi fantástico!”, compartilhou Gustavo Campos. Vivenciar a experiência de participar de um círculo com a própria Kay Pranis foi para Thaís Kelly Melo Pompeu, que estuda na mesma escola, um momento marcante para guardar para o resto da vida. “Fiquei muito feliz por ter participado do círculo, apesar de estar muito nervosa por ter estado com ela e ter tido a oportunidade de conhecer mais da vida dela, de ter conhecido a pessoa que começou a história da mediação de conflitos. Uma coisa que eu quero para mim é ser igual a ela, é fazer história como ela fez”, disse Thaís Kelly.
Algo que chamou atenção no círculo foi a reunião de alunos das escolas Matias Beck e Murilo Borges, que antes eram "rivais" e hoje trabalham colaborativamente para implantar uma cultura de paz em suas respectivas escolas e nas comunidades do Vicente Pinzón.
“Nós estivemos hoje sentados em círculo com os jovens que já fazem parte deste processo. Realmente, estes jovens são a nossa esperança para o futuro, porque deu para perceber que eles entendem o processo. Eles conseguem sentir a importância do processo e enxergar o potencial que tem a prática. E eles, os próprios jovens, expressaram a responsabilidade que eles estão sentindo em transmitir este conhecimento para as futuras gerações”, afirmou Kay Pranis. Ela acredita que é a sabedoria destes jovens que vai ajudar a sociedade a transformar a cultura, para se chegar a uma cultura de paz. “Eu quero agradecer a todos que fizeram e que tornaram possível a minha visita aqui em Fortaleza”, afirmou agradecida Kay Pranis, referência internacional em círculos de Justiça Restaurativa.
Confira a impressão da norte-americana Kay Pranis sobre o círculo de construção de paz realizado com estudantes de escolas do Grande Mucuripe: